segunda-feira, maio 10, 2004

A visão
Desamparado, caminho sem trilho. Perdido, com o mapa rasgado adivinho o próximo passo.
Desço a rua a correr. Corro, corro durante uma eternidade e nunca olho para trás. Fecho os olhos. É melhor. As ruas estão repletas de podridão, são os restos de um sono mal dormido, de um sono frio e esfomeado. São as mulheres quase sem saia.
Com os olhos fechados, sem mapa, parto à descoberta, parto sem esperanças, mas parto.
Sinto uma brisa e abro os olhos.
Olho, e juro não parar de olhar. Sinto que Deus existe, sinto o sentimento que se sente quando se vê Deus. Obstinado, Não paro de olhar.
Assim fico, envelheço e morro.
Agora, morto e depois de tanto tempo ainda não descobri o que era. Não importa, era belo e morri feliz...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

boa visão surrealista.. qual Henry Miller divagando por Paris..

11:24 da manhã  

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