quarta-feira, setembro 01, 2004

Admirava. Admirava a sua figura, o seu porte, a sua maneira de ser. O modo como encarava as situações desagradáveis com um sorriso paciente, o seu olhar fascinava-me pela sua veracidade. Não havia dissimulações. Tudo era realmente puro.
Porém, aos meus olhos, a sua forma começa já a desaparecer.. não resta já grande coisa.. apenas me lembro de certas cenas (como se a vida fosse um acto)passadas.. não muito importantes.. não suporto a indefinição perante mim.. não distingo já a figura perfeitamente delineada anteriormente. fujo rapidamente,desesperadamente para O cubículo luminoso. a sua imensa claridade cega-me.. e gosto.. todos os sentidos se fundem e absorvem profundamente o branco..(o vazio)
desperto, não progressivamente, como se viesse de um grande sono, mas de uma maneira fulminante. constato a minha fraqueza, relembro a fuga.. baixo a cabeça .. e reflicto. demoradamente: não há fundamento que me culpabilize, não existe rigorosamente nada que me prenda à acção.
..a única esperança que nutro é que um dia alguém descubra este habitáculo de formosos vermes...

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Um vislumbre é terrível. Não pelo que vemos mas sim pelo facto de um vislumbre ser realmente um avistar momentâneo e fugaz de algo belo. Pior ainda é quando vislumbramos algo ou alguém de valor inestimável para nós e quando esse alguém se liquefaz no ar como por magia. A quem é que ainda não aconteceu ir na rua e haver uma troca de olhares que nos faz sentir que a outra pessoa é a nossa alma gémea. Porém não dá para parar. Neste mundo dominado pela MACHINA as motivações e desejos do Homem ficam para trás. Que podemos fazer? Nada.
Assim fugimos. Corremos pelo tunel à procura da luz. Mas esta não aparece. Ela existe. Ela sempre existiu. Nós é que não a vemos. Somos cegos. Somos limitados. Somos homens. E por fim caímos no vazio, na desilusão e na apatia que se seguem sempre aos mais importantes acontecimentos da nossa vida que não passam de momentos, instantes mais leves que o ar.
Assim vamos fugindo, afastando-nos de tudo e todos, procurando o nada. Porém, é nesses momentos que mais próximos estamos da realidade. Sim, esta realidade que vemos nada passa do material. O que interessa é para além do material, o que interessa é o espiritual. Este só alguns atingem em momentos-limite mais fugazes que o tempo. Mas é nessa realidade, onde para muitos parecemos vermes, para outros somos bolhas de gás e ainda para outros assumimos a forma de sombras, que conseguimos conhecer-nos na nossa inteira totalidade que faz de nós homens.

by Pumpkin

9:55 da tarde  
Blogger ilusion&light said...

excelent comment pumpkin..

10:30 da tarde  
Blogger Bad_Cop said...

os vislumbres mostram-t o belo de certos seres, ke se olhasses cuidada e pormenorizadamente te pareceriam monstros sem escrupu-los, prontos a destruir a tua essencia de felicidade... nao encares o vislumbre como uma limitaçao, mas sim como uma dádiva k t permite manter uma opiniao bela, sagaz e optimista do mundo...

2:36 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Bad cop essa visão é extremamente limitativa. Será que tu gostarias de, por exemplo, vislumbrar, ou seja, ver por instantes através de uma bruma densa e mordaz que apenas deixa ver sombras e silhuetas, ou então ver mas mesmo ver, saboreando com o olhar cada linha e cada expressão, cada gesto e cada cabelo, a mulher, que um dia encontrarás, certa para ti...
Assim, embora os vislumbres pareçam óptimos, nunca te esqueças que mais vale enfrentar a realidade na sua totalidade do que apenas ver os seus contornos... aplicando-se isto principalmente às pessoas. Mais vale conhecer muito bem uma pessoa, assim já sabes com o que podes contar, do que apenas ver os seus traços mais belos, ignorando todas as falhas e defeitos.

by Pumpkin

7:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

quando li este post, o que me veio à memória não foi a fugaz desintegração ou a vaga recordação de um olhar passageiro, mas sim a dificuldade pelo menos para mim de fechar os olhos e ver exactamente a pessoa que eu quero ver. é tão díficil reter os contornos do rosto, o olhar, o sorriso...talvez por isso adoro fotografia, aldo que congela eternamente alguém ou um momento,e que me faz sorrir, mesmo que tudo tenha mudado desde aí.
já agora, concordo com o pumpkin, é talvez um pouco dificil mas o importante é aceitar a pessoa como um todo e recordar e amar o seu melhor
keiek

6:04 da tarde  
Blogger ilusion&light said...

n me refiro a um fugaz vislumbre. refiro-me isso sim ao esquecimento, à mudança do modo como se vê as coisas, e não à fuga cobarde de quem quer conservar uma imagem que não corresponde à realidade.. deste modo também concordo com o pumpkin

4:18 da tarde  
Blogger Bad_Cop said...

mas a minha opiniao nao é diferente da do pumpkin! penso k a interpretaçao do meu post nao foi akela keu idealizei! o vislumbre é optimo, é uma dádiva tal kual eu diss! permitenos imortalizar momentos, pessoas ingenuamente, k smp k recordarmos nos traram um sorriso rasgado de felicidade! mas é obvio k é limitado! é obvio k é falso! é obvio k prefiro a verdade nua sobre as pessoas, conhecer por dentro e por fora todos os seres com kem lido ou lidei um dia! tb concordo com o punpkin! ;)

10:03 da tarde  

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