quarta-feira, janeiro 26, 2005

A mulher que um dia ousou sonhar

Ela percorrida descalça as ruas frias, noite após, noite, ela percorria, descalça as ruas, frias.
Noite após, noite a alma morria.
Entregava o corpo e a alma morria.
Noite, após noite uma imagem fantasmagórica a percorrer as ruas frias.
Noite gélida, ar viciado.
O corpo já não era dela, entregava-o numa simbiose perfeita com a atrocidade.
Percorria as ruas num passo viciado, o rosto triste, chorava lágrimas secas.
Ás vezes, o olhar perscrutava o mar.
Queria morrer.
Mas era a Mulher que, noite, após noite, percorria as ruas, frias.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quantas vezes pensamos que a vida não merece ser vivida e temos tudo na vida. E tantos outros que tem uma enorme força de viver e de sorrir quando tudo nos parece perdido.

3:05 da tarde  
Blogger Bad_Cop said...

os dados viciados jogados plo desepero no cabaret da vida... o jogo desigual contra um batoteiro,... dois batoteiros,... 3 batoteiros... pra ke jogar contra a vida, o desespero, a solidao...? os dados deles tao viciados, as cartas marcadas... é o jogo do azar... alguem tem d perder...

7:03 da tarde  
Blogger JOANA said...

Gostei... :)

3:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

profundo, soturno, húmido, mas com uma secura intrínseca...
porquê per, correr a calçada da vida?
Estaremos mesmo a caminhar para a morte? Ou ela e a calçada é que vão ao nosso encontro.
Ela vem na nossa direcção!
Noite após, noite...
Noite, após noite...
Noite após noite...
Quem nunca chorou que atire o primeiro fragmento frio de macadame (ver http://furunculofumegante.blogspot.com/2004/12/hoje-medida-que-folheava-o-meu.html#comments)
obrigados
JWP e JWR

8:13 da tarde  
Blogger jeff said...

Noite após, noite, decididamente, estamos a caminhar para a morte...
Obrigado pelos comentários, JWP e JWR.

4:34 da tarde  

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