O prazer de sentir o que nunca se sentiu é maior do que a volúpia momentânea e gananciosa de sentir o que se está a viver. A ilusão, a capacidade de imaginar, o dom de sonhar é incomparável e inigualável.
Será vantajoso criar uma existência ilusória não compatível com a triste realidade de se existir? Não será melhor, certamente, degustar cada momento de uma existência presente, palpável, passível de ser realmente sentida...
Não. O poder de imaginar, o enorme dom de poder criar, o gozo de sentir uma imagem a surgir na mente e o poder sugá-la, senti-la até ao tutano, é melhor, certamente do que meros momentos que provavelmente, antes já foram imaginados, sentidos e que jamais se aproximarão do sonhado, do criado na ilusão...
15 Comments:
Decerto que a ilusão é vantajosa, mas é na esperança que ela se realize que reside toda a sua graça e virtude.
quando dizes que o mais importante é a ilusão estás a ser hipócrita, pois o que estás a manifestar é o desejo inconsciente de algo que queres que se concretize.
e agora para ti, e vais perceber:
"és aquela que tudo te entristece
irrita e amargura, tudo humilha
és ano que não teve primavera
Ah! não seres como as outras raparigas
princesa encantada da quimera."
florbela espanca
keiek
Concordo contigo, "a ilusão(...)o dom de sonhar é incomprarável e inigualável",esta fuga a realidade ajuda-nos a enfrentar a nua e crua realidade da vida.É neste dom maravilhoso que várias vezes encontramos a força, o impulso, para tentar inverter a realidade. Mas, não nos podemos deixar envolver de mais pela ilusão, temos de ter bem presente o desfasamento entre a realidade e a ilusão, porque quando um dia se repara que a sonho raramente se transpõem para a realidade, então nesse dia compreendesse que a vida é um mistério maravilhoso e nem a capaciadde de sonhar tem poder sobre a vida.... Mas sonha muito,pois assim serás uma pessoa com muita esperança, uma vez que é na esparança que reside o principal objectivo do SONHO.
Ass: Rodrigo
Sim... É inquestionável que quando sonhas algo é por desejas ardentemente que se realize.
No entanto, o que eu digo é que é preferível sentir "algo" na dimensão da imaginação, do que o sentir "realmente", do que a concretização, (ou tentativa disso), pois inevitavelmente fica aquém do criado na tua mente.
E quem sabe, a realização e satisfação pode ser e estar restrita a um espaço "meramente" fantasista, um espaço criado por ti e apenas teu, onde crias, sonhas e sentes, o teu pequeno "Mundo"...
A "mente" não tem limites...
parece vulgarmente dado como adquirido que a felicidade consiste na insatisfação..
e julgava eu que era pessimista...
a vida é de quem tenta pelo menos concretizar algo, nem que seja algo muito pequeno e simples, como abraçar alguém de quem tu gostas mas que não tem coragem para fazer, só por medo do que possam os outros pensar de ti.
é triste e frustrante
keiek
..hullo?
se possível queria que me respondessem a uma coisa.. pode-se atingir a felicidade tendo como causa algo irracional?
concordo com o funghus, depende daquilo que consideras irracional. é algo impossível? sem causa justificável? ou algo fora de vulgar dos limites que restringem as pessoas mais racionalistas(vulgares...)? por exemplo: estás fascinado com uma actriz,apaixonado platonicamente(como acontece com todo o jovem adolescente) ex: charlize, e a tua causa de felicidade é andares à procura de fotos na net, feito louco, pode dar-te muito gozo, mas que alegria tão irreal e tão artificial...(sorry jeff)
contudo há outro tipo de coisas irracionais que te podem deixar feliz, uma manhã silenciosa, surrealista, orvalho no ar, uma grande montanha ao fundo e não teres testes com que te preocupar. ou estares a ouvir uma música e começares a chorar, não de tristeza mas de profunda emoção, pois algo consegue penetrar no teu íntimo. isto já me aconteceu, e de repente chega a minha ,mãe e pergunta preocupadíssima se tinha contecido alguma coisa :)
um simples sorriso de alguém desconhecido, um livro com as páginas gastas e amarelas mas maravilhoso...
coisas vulgares,(fugi um pouco ao assunto, não tanto irreais, só para quem não consegue ver a magia escondida atrás de certos gestos, objectos,paisagens, imagens e sons).
keiek
uma vez li um livro de gabriel garcia marquez, em que ele utilizava uma ´metáfora para descrever a nossa vida:
as pessoas preocupam-se em chegar ao topo da montanha, sem terem consciência que o essencial é o modo como se sobe a montanha.
comentem...
não concordo com a frase"não importam os meios mas sim os fins", foi o que eu me lembrei quendo li g.g.m.
keiek
A procura louca e endiabrada do estado de saciedade desencadeia, inevitavelmente, conflitos... Quer, interpessoais, quer pessoais. O existir so o é, quando em comunidade, pelo contacto constante entre indivíduos... daí a ideia de absoluta necessidade de cumprimento dos objectivos pessoais ser errada. Não será essa ideologia de um egoísmo cego...?
Não será melhor o usufruir do contacto interpessoal?
Não será melhor a amizade..., e não é só quando esta exista que se constituem as condições para a realização pessoal...?
jeff.. por vezes o isolamento pessoal é o melhor meio de relativizar as interaccções sociais. Já o nosso amigo Epicuro dizia que o verdadeiro prazer se atinge pela virtude ( e a individualidade) e pela moderação das emoções (prazeres sensíveis..)É o único modo de se atingir a auto-satisfação, pq não se deve ter demasiadas expectativas em relação ao comportamento dos outros.. mas prontos..
em relação ao irracional considero tudo o que não é obtido através do pensamento, nem por raciocínios dedutivos. mas por processos involuntários ( só nos apercebemos das consequências que daí advêem)..
o que eu queria perguntar no outro comentário era: sentimo-nos realmente felizes, ( através de 1 satisfação profunda ), se não tivermos o propósito de atingir esse fim que nos proporcionou a satisfação?..
ilusion, eu sinto-me um bocado idiota, mais propriamnete parva quando leio as tuas excelentes prestações. porque devo ser parva...só compreendo minimamente o que queres dizer à terceira.
responedendo à tua subtil pergunta:
claro que consegues atingir satisfação. às vezes mais através do irreal do que do real.
não me querendo meter na tua vida: rapaz não andas um bocado confuso com tanto irreal. e jeff não andas um bocado disperso com tantas relações interpessoais?
keiek
(desculpem eu ser tão má e irónica, não é defeito é feitio)
mas afinal o que é o irreal? real é tudo que a nossa inteligência concebe... se estamos a emitir um juízo sobre algo, isso tem necessáriamente que existir, ainda que seja num plano abstracto.
( e n te procupes se não compreenderes à 1ª, pq sou eu que gosto um bocado de divagar e de emitir convicções difusas)
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Tudo o que é pensado, consciente não o é certamente. Será tudo o que existe no plano ilusório, num plano incaracteristico, num estado impossível de penetrar. Mas, quando é que o criado no plano ilusório atravessa a fronteira de pré consciente? Talvez quando o meramente fantasista se realiza... (mas, não sera limitar o irreal?) Que confusão.
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