sábado, janeiro 26, 2008

Hoje sou luz; pano, seda, cetim e a tua voz quente audível mas impossível de ouvir. Dá-me o teu calor, entrega-te, manipula-me e vence-me. Sonhei enquanto caminhava, uma brisa fria despertou-me, eras tu, e então sorri. Sempre soube que eras tu, só não sabia se queria que fosses tu. Fecho os olhos, mergulho, a água atinge o meu corpo; gelado adormeço, adormeço, adormeço; preciso de ti, do teu calor; frio, muito frio. Pano, seda, cetim cobrem-me, e eu pálido, petrificado. Há uma brisa a percorrer o meu corpo frio; quero, quero, quero, quero. Pano, seda, cetim descem o rio, enquanto o corpo se afunda nas águas geladas.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Morte,Fim,Amor... Três 'certezas' contra as quais é inútil lutar. A primeira conformamo-nos com ela, a segunda é tida como sinónimo da primeira (não o sendo necessariamente). Quanto ao Amor, por mais que pensemos que o podemos ignorar, chega um dia em que as nossas forças se quebram e a razão deixa de responder... E qdo assim é, só resta uma saída: vivê-lo e partilhá-lo.

Beijos**
Andrea

2:34 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Belas palavras. Bela conjugação de ideias.
A morte domina-nos, o Amor também. A morte assusta-nos, o Amor também.
A morte queremos esquecê-la, o Amor queremos senti-lo.
Perante a Morte nada podemos fazer, mas perante o Amor...
Será que há algo a fazer perante ele? Eu não sei.
Fechar os olhos...Para quê? Para sonhar de novo? Mas porquê sonhar e não realizar? Porquê? E se for realizado já pode ser a 2. O 'quero' já pode acontecer! Concordas?

Parabéns pelo blog.

C.Bapt.

10:45 da tarde  
Blogger mitic0 said...

Não quero empobrecer ou desvirtuar o teu texto. Está genial, já to (?) disse.

Engraçado como em nada o associo à morte, mas sim à fugacidade do desejo, e à profundidade do «querer», ou da vontade, (como se queira designar).

O tempo fez-te bem à escrita camarada.

4:53 da manhã  

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