A melodia atinge-me, enche-me. A raiva indistinta atravessa-me e agarra-me em cada nota. Quero fugir, quero, quero, mas..., não consigo!
Quero tanto poder libertar-me deste enguiço, que me prende, me sufoca, me arranca o ar. Sinto-o frio e quente a esvair-se. Fechos os olhos, vejo a luz, a fonte libertadora... Vejo e decora-a. Estas notas assumem tons imortais, decoro-as. São a minha luz a minha fonte libertadora. Fecho os olhos, não encontro a luz, recordo-a. Abro os olhos, sinto as notas.
Sinto. Morro. Sinto. Morro. Sinto. Morro.
Formas belas aproximam-se do meu olhar, fecho-os olhos, ganho coragem, corro, corro, atingo-as, não passam de sombras, de lembranças, pedaços de passado. O habitual...
Cansado, fecho os olhos. Cansado de ter esperança, assim permaneço. Sonho com a luz, a fonte libertadora...
4 Comments:
outra vez revoltado e angustiado? também quem não anda.
como te disse que faria:
"vivem em nós inumeros
se penso ou sinto, ignoro
quem é que pensa ou sente
sou somente o lugar
onde se sente ou pensa
tenho mais almas que uma
há mais eus do que eu mesmo
existo todavia
indiferente a todos
faço-os calar: eu falo.
os implusos cruzados
do que sinto ou não sinto
disputam em quem sou.
ignoro-os. nadam ditam
a quem me sei: eu escrevo."
ricardo reis
o maravilhoso f.p.
para todos aqueles que têm a triste missão de estudar para o exame de port.
keiek
jeff, quando escreves um post sobre psc?
my friend .. i know where the light is.. queres?
Quero.
Keik... " Que força a de um texto! Uma vez chamado à existência impressa, nenhum deixa de ser tal como é, para toda a eternidade..."
Miguel Torga (...:) )
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