O sangue ferve, sinto-o a expandir-se.. a dar vida à carne mole,fria, desgastada. Reparo no que me envolve: luz, mobiliário, roupa.. Tudo me parece novo. não sou mais apático, relaxista, conformista. entrego-me ao movimento frenético, não penso em parar, já nem penso. entrego-me aos outros, seres indefinidos.. há tanto por descobrir...não sei, nem quero saber; mas estendo-me confortável e despreocupadamente noutro estado mental. absolutizo a leviandade e o escuro, acutilante sarcasmo esconde-se por um pouco. não me preocupo. sinto-me vivo. nada mais importa
sexta-feira, agosto 26, 2005
terça-feira, agosto 23, 2005
Imagem morta
Um corpo, encharcado em suor, cansado, triste, enrugado, uma noite de verão, um cigarro na mão, numa esplanada cinzenta, vazia, triste, os outros corpos, amontoados, famintos vagueavam à procura de alimento.
Um olhar, profundo, agonizante, perdido.
Um sorriso, trocista, mentiroso.
Um aroma, embalava os corpos, emaranhava-os numa sinfonia negra, num tom viciado.
Um olhar, profundo, agonizante, perdido.
Um sorriso, trocista, mentiroso.
Um aroma, embalava os corpos, emaranhava-os numa sinfonia negra, num tom viciado.