sábado, maio 13, 2006

Um tom cinzento caiu sobre a cidade. Fantasmagórica ela caminha, enquanto os morcegos caiem mortos, ao passar por ela. Sombras no rio, uma lua fria. Morcegos voavam, até que, a fantasmagórica viram, chamas de fogo ardiam-lhe no corpo; o seu corpo a vibrar de desejo, excitava os corpos moles depositados no cemitério. Nem ondas de desejo esquecidas aquecem esta cidade fria. Os raios de sol, durante o dia, são reflectidos e a noite é gelada. Sons pobres confunde-se num perfume pobre. Cheira a nada, um charco seco, onde antes perfumes regozijavam. Agora, uma cidade fria; a fantasmagórica; o desejo reclama sons quando devia reclamar por carne e os sons são pobres e o perfume acabou. Mais vale a morte.

sexta-feira, maio 12, 2006

fugaz

O restolhar invade-me. iria jurar que esta cadência ao repetir-se interminavelmente me elevaria ao não ser.. ou então fazer parte de outro ser.. mais leve, inconsciente, amoral.. o mais racional diria que se trata de trabuzanada.. digo não. digo abstracção! tudo se conjuga.. o ar fresco do mondego, o ar gravativo e orgulhoso.. a presença omnipresente e apaziguadora. tudo se torna tangível.. até as partículas suspensas em eterno suicídio.
mas tudo renasce.. até o fugaz vislumbre me parece um "dejàs vus"..(?).. parece inerente à colectiva transcendência e orgia.. como que ferindo de realidade a ambição do não ser.. impedindo a metamorfose!