quarta-feira, abril 04, 2007

Fim antecipado

E depois da Morte morrer será que alguém mais irá morrer...? Será que um dia, numa noite sem luar, os mortos se elevam dos seus leitos de morte e vingam a sua morte, causando ainda mais morte...?
Um cheiro a náusea, um sorriso podre, um olhar de morte, enquanto, abutres vagueiam sequiosos de sangue. Um corpo no chão o ar corrosivo desintegra-o. Um corpo quente, repleto de vida, mas a subtileza da morte já é visível. Um tom cinzento é disfarçado pelo tom vivo com que ele caminha, um passo escorreito, mas é inevitável, é como respirar. Sorrisos abafam este som estridente, mas não há nada a abafar. Olhares disfarçam este olhar penetrante, mas não há nada a disfarçar. Mas o medo, apesar de tudo, nunca o largou. Medo de morrer.... não... medo da morte. E no fim, um corpo, uma massa de matéria ávida de vida, mas nuvens escuras pairam sobre ele, protegem-no dos abutres mais esfomeados. E no fim, as nuvens dissipam-se e o que é fica? Nada... porque nunca houve nada, antes e depois, foi e irá ser, apenas morte.