terça-feira, junho 29, 2004

À tempos, numa tarde de verão, enquanto passeava pelo mundo dos homens deparo-me com fenómenos que julgava possíveis só em grupos defensores da masturbação como manifestação colectiva ou em organizações pós apalpanço como forma de cumprimento.
Passeava até feliz, quando ouço gritos, gemidos e apitos, olho e qual é o meu espanto, vejo homens (ou seres de cabeleira curta e oleosa) aos saltos numa tentativa de se mostrar não sei a quem, presumo que a umas moças que também passevam, qual pitas a acabarem de descobrir o rabo do Beckham ou de saber que o Orlando Bloom é um mau actor.
Pois é. Envergavam umas lindas t'shirts de manga cava (acho que é sim) e o imprescindível fio de ouro ao pescoço, o seu pequeno orgulho, (de notar que este fio caso não seja de ouro tem que brilhar, cegando quem para ele olha)
Ah, importante as t'shirts são brancas ou brancas não vá alguém confundi-los com amantes do chicote ou praticantes de rituais com roupa de cabedal preta bem justa.
E depois auto-intitulamo-nos como o sexo forte.

Proponho que nos unamos e assim afugentar esta estirpe para um sub-mundo...
(e não estou a a incentivar a rebeldia ou ideias xenófobas, mas sim a sobrevivência do homem...)

segunda-feira, junho 21, 2004

Nada há de mais bárbaro do que pedagogiar a injustiça à sua geração e gerações vindouras. tal como considerar que toda a acção tende para um fim e uma verdade absoluta. essa verdade deve ser considerada individualmente, de acordo com a satisfação e expectativas de cada ser como personalidade. Não defendo o mero vegetar, defendo isso sim a felicidade através da acção "mais simples", o que contribui para uma individualidade sólida, para o bem-estar colectivo, e não a eterna insatisfação de quem se quer superar e atingir aquela verdade dogmática, cujo traço de vida se assume como uma epopeia.....

quinta-feira, junho 17, 2004


Medo. Gritar de medo.

ENLOUQUECER e não


Padecer. Suspirar de alivio. Por um momentos...
Sonhar.

segunda-feira, junho 14, 2004

a arraia miúda corre junto à água e deixa pequenas marcas vincadas. o mar passa e a plenitude vence. discute-se com a sabedoria inconsciente nas veias. discute-se aristotelicamente. argumenta-se. mas o tempo sempre se sobrepõe.. patos bravos, coitadinhos..
o sentir passa e o ânimo também. será a chaga a doença dos leviandos?

O relógio na parede torna-se maior.. as cortinas desfilam à minha volta ..fico dEsoRientAdo.. embora os gigantes ponteiros me firam os olhos e o som dos cliques intermináveis me sangrem os ouvidos tou noutro espaço.. só eu conto. tudo gira´há minha volta. Não há copérnicos no espaço que o impeçam.. ah.. como isto dói.
cessou! mas a atrofia dentro de mim alastra cada vez mais.
quero que a escuridão se apodere de mim.

quinta-feira, junho 10, 2004


A melodia atinge-me, enche-me. A raiva indistinta atravessa-me e agarra-me em cada nota. Quero fugir, quero, quero, mas..., não consigo!
Quero tanto poder libertar-me deste enguiço, que me prende, me sufoca, me arranca o ar. Sinto-o frio e quente a esvair-se. Fechos os olhos, vejo a luz, a fonte libertadora... Vejo e decora-a. Estas notas assumem tons imortais, decoro-as. São a minha luz a minha fonte libertadora. Fecho os olhos, não encontro a luz, recordo-a. Abro os olhos, sinto as notas.
Sinto. Morro. Sinto. Morro. Sinto. Morro.
Formas belas aproximam-se do meu olhar, fecho-os olhos, ganho coragem, corro, corro, atingo-as, não passam de sombras, de lembranças, pedaços de passado. O habitual...

Cansado, fecho os olhos. Cansado de ter esperança, assim permaneço. Sonho com a luz, a fonte libertadora...
 Posted by Hello

quarta-feira, junho 09, 2004

o vazio invade-me e retira qualquer vestígio de humanidade.. o sofrimento sentido outrora é intensamente desejado. Preciso de sentir,de impregnar a alma de algo que a faça elevar.. quero ter uma missão superior a executar
mas tudo me é indiferente. nem a negação existe. tudo é nada. a percepção não passa de 1 conjunto de registos sem qualquer significado. a poesia é um amontoado de palavras e pessoas não passam grupos de órgãos inter-ligados.
estou morto...

segunda-feira, junho 07, 2004

A certeza...
Efemeridade. A estúpida passagem do tempo. Efemeridade de um olhar, de um beijo, de um sussurro , de um instante...
A existência fugaz, a verdade inaudita de um simples acontecer, a unicidade da temporalidade...
Contudo, o desprezo, a incapacidade de tornar cada acto algo memorável.
O não saber absorver, cada instante de uma existência, cada respirar de um fim...
Precioso, como nada, é o simples acordar...

Aproveitem-no!!!!!!!!!

quarta-feira, junho 02, 2004

Auto-(crítica?) e interrogações..



Que fazes na "minha" alucinação?

- Não será o direito válido e justo alucinar ainda que outros já o tenham feito?

Mas o sonho é condição humana e esta nunca pode ser partilhada..

-clichets... estamos a falar de coisas distintas. Alucinação é a reprodução de imagens reaís através da imaginação. Sonho é a expressão da vontade...

Que determinista essa visão.. Será a mente humana tão limitada que não produz algo (verdadeiramente) original?

- Se o faz não o sei. Conceitos abstractos baseados no nada... Que infelicidade privarmo-nos do básico! para quê discutir palavras construídas por civilizações decadentes se a Natureza não as sustenta..

Não sustenta a natureza a lei do mais forte, da melhor adaptação?

-A originalidade, como foi dita (pareceu-me), é algo inovador, produto da inteligência da mente humana!

Defendes então a ALMA...?

- Sim!! Defendo o poder humano. O bem e o mal. A virtude e a felicidade-_...




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Desperta! depressa! toma uma dose e vai dar milho aos pombos columbófilos.. delirações de um homem doente não!

terça-feira, junho 01, 2004


O prazer de sentir o que nunca se sentiu é maior do que a volúpia momentânea e gananciosa de sentir o que se está a viver. A ilusão, a capacidade de imaginar, o dom de sonhar é incomparável e inigualável.
Será vantajoso criar uma existência ilusória não compatível com a triste realidade de se existir? Não será melhor, certamente, degustar cada momento de uma existência presente, palpável, passível de ser realmente sentida...
Não. O poder de imaginar, o enorme dom de poder criar, o gozo de sentir uma imagem a surgir na mente e o poder sugá-la, senti-la até ao tutano, é melhor, certamente do que meros momentos que provavelmente, antes já foram imaginados, sentidos e que jamais se aproximarão do sonhado, do criado na ilusão...
 Posted by Hello
a subtileza não se avalia... sente-se! Tal como a ideia aparece a quem não quer ver, o âmago da personalidade descobre-se na involuntariedade do momento. Catalogação não!
onde está o prazer de descobrir?

A inocência fascina-me, mas a adulação enoja-me.. estas contrariedades atingem-me ferozmente.. mas não será a inocência a contrariedade de uma alma consciente?